Glutamina

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A glutamina é um dos 20 aminoácidos existentes nas proteínas que são ingeridas pela nossa alimentação. Este aminoácido é o mais abundante no corpo humano, em que existe no tecido muscular e no plasma.

A glutamina é um aminoácido não essencial, o que quer dizer que é produzido pelo corpo. Cerca de 70% da glutamina é produzida no músculo, deslocando-se posteriormente para o intestino delgado, para os rins e para os leucócitos (glóbulos brancos), onde é utilizada.

A glutamina existe em concentrações elevadas na carne e nos ovos, e em concentrações muito elevadas na proteína de soro de leite, na caseína e ainda como aminoácido isolado em suplementação.

 

Funções:

A glutamina tem uma função importante no controlo do equilíbrio ácido-base no corpo, visto que ela absorve o amoníaco dos locais onde existe em excesso, enviando o azoto para os locais onde ele é necessário.

A glutamina é capaz de atenuar os picos da glicémia em resposta aos hidratos de carbono da dieta, e com isto regula-se a produção de insulina.

A glutamina ainda tem um papel importante na regulação da função imune e na manutenção da barreira intestinal, uma vez que o intestino e o sistema imunitário utilizam glutamina como fonte de combustível, em vez de glucose.

Habitualmente a glutamina é considerada como essencial no aumento da massa muscular ou no aumento da força, no entanto, em indivíduos saudáveis estes efeitos não parecem ser comprovados. Contudo tem um papel essencial em indivíduos que sofreram traumas físicos que envolvem a perda de massa muscular, como queimaduras, cortes profundos, ou em doenças debilitantes como o HIV.

 

Glutamina e o Desporto:

Os níveis de glutamina permanecem inalterados em atividades físicas de alta intensidade, que duram pouco tempo. Isto sugere que a suplementação extra de glutamina não produzirá benefícios em exercícios de força como a musculação.

Já quando se fala em exercícios de endurance que excedem as 2 horas, embora exista uma redução na concentração plasmática de glutamina, a ingestão proteica adequada (20 a 30g de proteína animal) repõe esse declínio facilmente, não sendo necessário suplementação.

 

Dose:

Os níveis da glutamina séricos podem reduzir mediante alguns fatores como a gravidez, a lactação, o exercício intenso, as doenças, a fome ou o jejum, o rápido crescimento e ainda outros tipos de stress fisiológico. É nestes casos que o aumento da ingestão proteica ou de glutamina deve ser considerado.

A suplementação de L-glutamina costuma ser utilizada em doses diárias que vão desde 2 a 40 g. No caso de patologias como as doenças oncológicas, o HIV, queimaduras graves, infeções e traumas, a dose mais recomendada é entre 5 a 21g diárias.

No caso de pessoas que estejam em tratamentos de quimioterapia e de radioterapia, a dose reduz para 2 a 4 g por dia em que a glutamina deve ser dissolvida em 50 a 100ml de água a temperatura morna.

Já no caso de patologias intestinais como a doença de Crohn, pode-se utilizar uma dose diária até 0,5g por kilo de peso corporal (cerca de 35g), de forma a reduzir um pouco os sintomas. Quando se fala em aumento de massa muscular, devido à baixa eficácia da suplementação, não existe nenhuma dosagem conhecida.

 

Conclusão:

Como observado durante o artigo, a glutamina tem um papel fundamental na defesa do nosso sistema imunitário, em que é em casos de tratamentos mais agressivos e de doenças mais debilitantes que deve ser suplementada.

No entanto, sabe-se que cada pessoa é um ser individual com necessidades específicas, por isso as necessidades devem ser ajustadas a cada caso. Em caso de dúvidas, consulta um médico ou um nutricionista que são as pessoas indicadas para te ajudar.

 

Referências:

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